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A fé e a esperança em um futuro melhor são ferramentas eficazes contra a opressão estrutural? Ou seriam elas apenas ilusões?

Em "O Conto da Aia", a fé e a esperança desempenham papéis ambíguos na vida das personagens oprimidas. Por um lado, a fé religiosa é utilizada pelo regime de Gilead para controlar e manipular as pessoas, justificando a opressão em nome de uma ordem divina. Por outro lado, a esperança em um futuro melhor e a fé na resistência se mostram como forças poderosas que sustentam a luta contra a opressão.

Um trecho que ilustra essa ambiguidade é a reflexão de Offred sobre a oração:

"Nós recitamos as orações, as mesmas de sempre. [...] Mas eu penso em outras coisas, em outras palavras. Penso em liberdade, em justiça, em vingança. Penso em um futuro diferente, um futuro onde não seremos mais escravas."

Nesse trecho, a oração, que deveria ser um ato de fé e submissão, se transforma em um espaço de resistência e esperança.Offred utiliza o momento de oração para alimentar seus sonhos de liberdade e imaginar um futuro diferente, desafiando a ordem estabelecida.

Outro trecho relevante é a conversa entre Offred e Ofglen, outra Aia, sobre a possibilidade de mudança:

"- Você acha que as coisas vão mudar algum dia? - Eu tenho que acreditar que sim. Se não acreditarmos, não temos nada."

Essa conversa revela como a esperança, mesmo que tênue, é fundamental para manter acesa a chama da resistência. A fé em um futuro melhor, mesmo que pareça distante, serve como um combustível para a luta contra a opressão.

No entanto, "O Conto da Aia" também nos alerta para os perigos da fé cega e da esperança infundada. A fé religiosa,quando manipulada e distorcida, pode ser utilizada para justificar a opressão e perpetuar o sofrimento. A esperança,quando desprovida de ação e estratégia, pode se tornar uma ilusão que impede a luta por mudanças reais.

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