Embora a sociedade atual não seja um espelho exato da distopia de Gilead em "O Conto da Aia", existem paralelos preocupantes que podem ser traçados, especialmente em relação à autonomia e aos direitos das mulheres.
Um trecho que ilustra essa preocupação é a fala da Tia Lydia durante uma das sessões de doutrinação das Aias:
"Nos tempos antigos, as mulheres eram livres. Elas podiam andar sozinhas, usar o que quisessem. Mas elas eram infelizes. Elas eram frívolas. Elas eram pecadoras. E por isso, Deus as puniu."
Este trecho ecoa discursos contemporâneos que tentam restringir a liberdade das mulheres sob o pretexto de protegê-las ou de preservar valores tradicionais. A narrativa de que a liberdade feminina leva à infelicidade e ao caos é utilizada para justificar medidas que limitam a autonomia das mulheres sobre seus próprios corpos e escolhas.
Outro trecho relevante é a descrição da Cerimônia, um ritual de estupro legitimado pela religião em Gilead:
"A Cerimônia é o momento em que a Mão de Deus, através do Comandante, abençoa a Aia com sua semente. É um ato sagrado, um dever."
Este trecho, embora extremo, reflete a realidade de muitas sociedades onde a violência sexual contra a mulher é normalizada e até mesmo justificada por tradições culturais ou religiosas. A ideia de que o corpo da mulher não lhe pertence e que ela deve submeter-se aos desejos masculinos é um tema recorrente em "O Conto da Aia" que encontra ecos em diversas culturas ao redor do mundo.
PROPOSTA DE REDAÇÃO - UERJ
A sociedade atual caminha para uma visão das mulheres similar à do livro O Conto da Aia?"
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